Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos, começa assim a nota do Sr. MNE.
Estou triste. Portugal deveria lamentar e discordar do fanatismo religioso que queima bandeiras e embaixadas e se revolta contra o Ocidente de uma forma irracional e verdadeiramente assustadora com o pretexto de umas caricaturas publicadas há três meses atrás num jornal dinamarquês que ninguém sabia que existia. Da nota do Sr. MNE nem uma palavra consta sobre a reacção desproporcionada e louca que vemos nas televisões. Nem uma palavra de solidariedade ou de defesa de um bem que eu julgava ser comungado em Portugal: liberdade de expressão e imprensa. A nota continua, fala de símbolos religiosos escolhidos com parcimónia e de uma penada omite séculos e séculos de sátiras, literatura, desvarios artísticos, galhofa, sobre tudo, sobre a vida, e até, pasme-se, sobre a religião. A nota faz-me chorar. Mesmo com trinta anos de convivência democrática e pluralista, Portugal continua a ter medo. De repente, temos medo do que se escreve e desenha. Caminhamos rapidamente para o aperto do lápis mental, nem precisa de ser azul - basta a auto-censura. De repente, a pobre Europa, com as suas cartas de direitos funtamentais e do alto do seu sonho de prosperidade tranquila e tolerante, treme com as suas caricaturas e sátiras e de rabo entre as pernas despede jornalistas e pensadores, escritores, desenhadores, sátiros, críticos, tudo o que possa perturbar a falsa paz de espírito da democracia e acitar os ânimos ferozes de outras culturas. "Liberdade de pensamento e de expressão tem limites", dizem. "Não há liberdade sem responsabilidade", prosseguem. Pois é. Sejamos responsáveis então. Aceitemos que a crítica e a sátira, seja qual for a sua natureza, faz parte da cultura humana e é uma das inúmeras formas de expressão de pensamento, pelo qual muito se lutou e pugnou ao longo da história. Em caso de putativos excessos e danos, o direito e muito especialmente o bom senso, devem reparar tais danos e ofensas - se as houver. Mas não peçamos desculpa, por favor. Estou triste, Sr. MNE.
Não resisto em reproduzir aqui o texto do VPV.
O DIOGO DO COSTUME
Diogo Freitas do Amaral nunca deixará de ser o menino exemplar do salazarismo e o discípulo dilecto de Marcelo. Perante a histeria muçulmana, que é um acto político de intimidação do Ocidente, escolheu a subserviência. Este "súbdito", como ele um dia a si mesmo se descreveu, não hesitou em condenar as caricaturas dinamarquesas (que não passam de um pretexto), porque ofendem a "sensibilidade religiosa" do Islão e porque incitam a "uma inaceitável guerra de religiões". Como se a "rua" que se manifesta, se manifestasse espontâneamente com conhecimento de causa e como se quem incita à "guerra de religiões" não fosse o próprio Islão. Freitas finge que não vê o carácter deliberado e fabricado de um "movimento", que chegou ao mundo inteiro em pouco mais de uma semana, e colabora em paz de espírito com os piores fanáticos. Nem desprezo merece.
Para acabar, e no espírito da escola a que pertence, Freitas, já agora, também se queixa da liberdade. "Liberdade sem limites", sentenciou ele, com certeza com o dedinho espetado, não é liberdade, é licenciosidade". Salazar aprovaria o sentimento, mas não a ignorância. "Licenciosidade" significa "desregramento dos costumes" e "do comportamento"; o contrário ao "decoro" e "à moral estabelecida". Freitas, coitado, estava a pensar em "licença".
É triste pensar que este homem representa Portugal e, apesar de tudo, um governo socialista.
vpv
http://o-espectro.blogspot.com/
Diogo Freitas do Amaral nunca deixará de ser o menino exemplar do salazarismo e o discípulo dilecto de Marcelo. Perante a histeria muçulmana, que é um acto político de intimidação do Ocidente, escolheu a subserviência. Este "súbdito", como ele um dia a si mesmo se descreveu, não hesitou em condenar as caricaturas dinamarquesas (que não passam de um pretexto), porque ofendem a "sensibilidade religiosa" do Islão e porque incitam a "uma inaceitável guerra de religiões". Como se a "rua" que se manifesta, se manifestasse espontâneamente com conhecimento de causa e como se quem incita à "guerra de religiões" não fosse o próprio Islão. Freitas finge que não vê o carácter deliberado e fabricado de um "movimento", que chegou ao mundo inteiro em pouco mais de uma semana, e colabora em paz de espírito com os piores fanáticos. Nem desprezo merece.
Para acabar, e no espírito da escola a que pertence, Freitas, já agora, também se queixa da liberdade. "Liberdade sem limites", sentenciou ele, com certeza com o dedinho espetado, não é liberdade, é licenciosidade". Salazar aprovaria o sentimento, mas não a ignorância. "Licenciosidade" significa "desregramento dos costumes" e "do comportamento"; o contrário ao "decoro" e "à moral estabelecida". Freitas, coitado, estava a pensar em "licença".
É triste pensar que este homem representa Portugal e, apesar de tudo, um governo socialista.
vpv
http://o-espectro.blogspot.com/
No comments:
Post a Comment