Li no outro dia um alegado conto de O. Wilde. Aparentemente, ele seria um conversador exímio e contava histórias como ninguém. Um maduro qualquer - lamento, não recordo quem, nem a editora, nem a traduação nem sequer o título do livro - fez uma pesquisa e acabou por reunir num livrinho uma série de contos que Wilde utilizaria na sua esfusiante vida social. Esta história chama-se "A ilusão do livre arbítrio". Personagens: limalhas grandes, limalhas pequenas e um íman. As limalhas pequenas e as limalhas grandes começam a conversar e querem ir visitar o íman. As limalhas grandes dizem que sim, que é uma excelente ideia, mas que a viagem tem de ser preparada e planeada, que não é assim à toa e sem organização que se visita o íman. As limalhas pequenas alinham na ideia, inicialmente, mas começam a ficar impacientes e a reclamar celeridade. Que querem ir ver o íman, que assim não dá, que têm mais de fazer. As limalhas grandes resistem e gera-se uma discussão encalorada sobre o assunto. Enquanto discutem, nem se apercebem que se foram aproximando cada vez mais do íman. Entretanto, as limalhas pequenas perdem a paciência. Que têm de ir já visitar o íman e que não vale a pena esperar mais. Nova discussão, onde novamente todas se aproximaram mais do íman. Lançando o grito do ipiranga, as limalhas pequenas jogam-se pelo ar na direcção do íman e arrastam consigo as limalhas grandes. Ficam todas coladas no corpo do íman, praticamente sem se mexerem. O íman ri-se sozinho, para dentro, gozando com toda a situação, pois da conversa entre elas se percebe que as limalhas estão convencidas que foram ter com o íman de sua livre e exclusiva vontade...
Tuesday, July 31, 2007
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1 comment:
curiosa, fiquei eu! escreve mais, mulher! do que estás à espera? bj da tua amiga (inconstante, é certo, mas não menos amiga!)
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